segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Será que o povo brasileiro sabe economizar?

Nesta semana de carnaval, um pensamento está fazendo parte do dia-a-dia, mas não encontro uma resposta concreta por mais que tente ver, ler e ouvir os especialistas econômicos e financeiros: o brasileiro sabe economizar?

Nos últimos 25 anos da economia brasileira vivemos dentro de uma nuvem turbulenta, que demonstrava um estado de recessão, ora mais leve, ora mais agressiva e nítida, de uma forma ou de outra, seja ocasionado por alta inflação, câmbio flutuante, taxa de juros com freio de demanda/investimentos, etc.

Pois bem, nestes últimos dois anos, vivemos um estado de estabilidade, oferta de crédito, emprego em alta, mais recurso disponível para investimentos (ainda mesmo que tenhamos uma das taxas de juros mais altas do mundo). Especialistas falando no crescimento sustentável, explosão no setor imobiliário, recorde de produção de automóveis, etc.

Aí novamente vem a pergunta: será que o brasileiro sabe economizar nesta onda de consumismo compulsivo que estamos vivendo? Será que dentro da renda familiar temos a preocupação de reservar uma parte dela para colocar em algum tipo de investimento, que pelo menos garanta a atualização monetária (melhor que guardar em baixo do colchão ou dentro do cofre)? Ou será que os R$ 50,00 ou R$ 100,00 que em uma eventual sobra nos comprometemos com um novo acessório para o carro, um celular novo, a prestação de um eletrodoméstico, um televisão, aquela viagem para a praia no carnaval com os amigos e/ou família e por aí vai?

Não estou propondo aqui o caos da muquirania, mas um pensamento coletivo que não temos formado, pois nunca fomos ou tivemos preocupados com isso, e muito disso porque muitos não tiveram condições para tal. O fato é que se assemelha muito ao passo que damos para criar um mundo ecologicamente melhor e reduzir os impactos que a humanidade está fazendo com a natureza. E, educação e didática para que as pessoas aprendam a gerir recursos, seja ecológico ou financeiro, pois temos que saber repor aquilo que retiramos, para que o ciclo de renovação possa ser realizado sem abalos na infra-estrutura.

Acredito em uma coisa: um processo coletivo, sempre começa por um solitário.

Falamos!

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